“*Tenho em mim um atraso
de nascença.
Eu fui aparelhado
para gostar de
passarinhos.
Tenho abundância de ser
feliz por isso.
Meu quintal é maior do que
o mundo.
Sou um apanhador de
desperdícios:
Amo os restos
como as boas moscas.
Queria que a minha voz
tivesse um formato de canto.
Porque eu não sou da
informática:
eu sou da invencionática.
Só uso a palavra para
compor meus silêncios.”
Parte
do poema “O apanhador de desperdício” que celebra o silêncio versus a palavra,
do poeta *Manoel de Barros.
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