segunda-feira, 19 de maio de 2014

Autopsicografia


Quando eu estudava Arquitetura, em Pelotas, eu ganhei enrolado num bombom de chocolate, um poema de Fernando Pessoa, o poeta maior da língua portuguesa:

“O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que leem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.”

Nenhum comentário:

Postar um comentário