Acredito: não nos foi dada à memória dos primeiros momentos
de nossas vidas, porque é impossível registrar tamanha perfeição, sem medida, de um
nascimento. Da pessoa que se repete. Da dor e esforço sem resistência do que se
pariu. O olhar que se dilui em sentimento inato e terno. O encostar a cabeça no
peito, o moldar o corpo para ajustar o colo com o instinto da proteção
da cria. Nasci filha e cresci em
eco. Ainda procuro o colo na calma da maciez eterna de minha
mãe.
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