sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Trato e distrato


* “Em Paris, um tratado
gravemente firmado
renova outro tratado
longamente ajustado,
pesado, blablablado,
que tinha estruturado
o muito fofocado
acordo estipulado,
agora validado
e bem atualizado
para ser destratado
por um outro lado
conforme for do agrado
ou não, e emaranhado
o risco do bordado
da guerra do passado,
amanhã retramado.
Tudo bem combinado,
medido e conformado,
eis que fica evidenciado:
Todo e qualquer tratado
deve ser observado
como papo furado.”

É bem assim, não é? Todos os tratos têm distrato, como poema de *Carlos Drummond de Andrade.

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