domingo, 4 de dezembro de 2016

Novos Desafios


Antes de abandonar 2016, e ser muito grata a Deus pelo ano que tive: pedi saúde e tranqüilidade e tive tranqüilidade e saúde. Tive, bem além das turbulências externas. Eis meus futuros e novos DESAFIOS, de mim para mim, executáveis, vivendo o dia, com todo o cuidado, para o hoje e o amanhã, como se houvesse o amanhã! Sim, como se houvesse o amanhã!  O desafio acaba no dia 15 de dezembro de 2017. Das 88 tarefas tenho que cumprir pelo menos 88, tenho que cumprir! Vem comigo!

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Não pensar!


* “Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender...
O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...

Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe porque ama, nem o que é amar...
Amar é a eterna inocência,(...)”


*Fernando Pessoa

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Equilíbrio



Identifiquei o meu existir no que diz Mireia Darder, autora do livro Nascidas para o Prazer, nesse texto: “Só quando estou sozinha me sinto totalmente livre. Reencontro-me comigo mesma e isso é agradável e reparador. É certo que, por inércia, quanto menos só se está, mais difícil é ficá-lo. Mesmo assim, em uma sociedade que obriga a ser enormemente dependente do que é externo, os espaços de solidão representam a única possibilidade se fazer contato novamente consigo. É um movimento de contração necessário para recuperar o equilíbrio”.

terça-feira, 20 de setembro de 2016

Hino do Rio Grande do Sul


Como a aurora precursora
Do farol da divindade
Foi o 20 de Setembro
O precursor da liberdade

Mostremos valor constância
Nesta ímpia e injusta guerra
Sirvam nossas façanhas
De modelo a toda Terra

De modelo a toda Terra
Sirvam nossas façanhas
De modelo a toda Terra

Mas não basta pra ser livre
Ser forte, aguerrido e bravo
Povo que não tem virtude
Acaba por ser escravo

Mostremos valor constância
Nesta ímpia e injusta guerra
Sirvam nossas façanhas
De modelo a toda Terra

De modelo a toda Terra
(...)

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Tirania


Já diz do ditado: “A tirania do pseudo-poderoso é a razão de sua própria queda”, pois tens a postura de um Deus grego e a mesma tirania. E é falso. E eu na plena ironia, entre a minha loucura ou razão, observo-o com meu ego inflado e te uso como alvo de minha flecha. Serei então ouvida, aos que digerem em contraste, entre sal e açúcar ou como o dia e a noite. Teu abuso é bom ou mau; ao léu de quem, no seu descuido, se beneficia. 

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Trato e distrato


* “Em Paris, um tratado
gravemente firmado
renova outro tratado
longamente ajustado,
pesado, blablablado,
que tinha estruturado
o muito fofocado
acordo estipulado,
agora validado
e bem atualizado
para ser destratado
por um outro lado
conforme for do agrado
ou não, e emaranhado
o risco do bordado
da guerra do passado,
amanhã retramado.
Tudo bem combinado,
medido e conformado,
eis que fica evidenciado:
Todo e qualquer tratado
deve ser observado
como papo furado.”

É bem assim, não é? Todos os tratos têm distrato, como poema de *Carlos Drummond de Andrade.

Legado


Todas as plantinhas que meu pai plantou e deixou, rego com um sentimento tal qual este belo poema de *Lya Luft.

*”Foi meu pai quem plantou esse álamo
no meu jardim. Podou seus ramos,
e desde então seus dedos se multiplicaram,
sua voz se perpetuou em folhas
depois de cada inverno.

E quando o vento perpassa
os altos ramos do álamo generoso,
o tempo se dá por vencido,
a dor recolhe suas asas:
meu pai conversa comigo,
andando pela calçada
entre o meu coração e a sua morte.”

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Anos


Lembrei da minha doce infância, lendo Virginia Woolf. “Era um crepúsculo de verão. O sol se punha. O céu ainda azul tingia-se de dourado, como se tudo se cobrisse de um fino véu de gaze. Aqui e ali, na amplidão ouro e azul, pairavam ilhas de arminho em suspenso. Nos campos as árvores se erguiam majestosas e ricamente ataviadas por suas inumeráveis folhas. Viam-se ovelhas e vacas, cor de pérola ou malhadas, jacentes as mais das vezes ou passando através da relva translúcida. Tudo estava orlado de luz.” 

domingo, 11 de setembro de 2016

Lira do amor romântico - parte 4


*”(...)Atirei um limão n’água,
não fez o menor ruído.
Se os peixes nada disseram,
tu me terás esquecido?

Atirei um limão n’água,
caiu certeiro: zás-trás.
Bem me avisou um peixinho:
Fui passado pra trás.

Atirei um limão n’água,
de clara ficou escura.
Até os peixes já sabem:
você não ama: tortura.

Atirei um limão n’água
e caí n’água também,
pois os peixes me avisaram,
que lá estava meu bem.

Atirei um limão n’água,
foi levado na corrente.
Senti que os peixes diziam:
Hás de amar eternamente.”

*Carlos Drummond

Lira do amor romântico - parte 3


*”(...)Atirei um limão n’água,
fez-se logo um burburinho.
Nenhum peixe me avisou
da pedra no meu caminho.

Atirei um limão n’água,
de tão baixo ele boiou.
Comenta o peixe mais velho:
Infeliz quem não amou.

Atirei um limão n’água,
antes atirasse a vida.
Iria viver com os peixes
a minh’alma dolorida.

Atirei um limão n’água,
pedindo à água que o arraste.
Até os peixes choraram
porque tu me abandonaste.

Atirei um limão n’água.
Foi tamanho o rebuliço
que os peixinhos protestaram:
Se é amor, deixa disso.

(...)”

*Carlos Drummond

Lira do amor romântico - parte 2


*”(...)Atirei um limão n’água,
ele afundou um barquinho.
Não se espantaram os peixes:
faltava-me o teu carinho.

Atirei um limão n’água,
o rio logo amargou.
Os peixinhos repetiram:
É dor de quem muito amou.

Atirei um limão n’água,
o rio ficou vermelho
e cada peixinho viu
meu coração num espelho.

Atirei um limão n’água
mas depois me arrependi.
Cada peixinho assustado
me lembra o que já sofri.

Atirei um limão n’água,
antes não tivesse feito.
Os peixinhos me acusaram
de amar com falta de jeito.

(...)”

*Carlos Drummond

Lira do amor romântico - parte 1


*”Atirei um limão n’água
e fiquei vendo na margem.
Os peixinhos responderam:
Quem tem amor tem coragem.

Atirei um limão n’água
e caiu enviesado.
Ouvi um peixe dizer:
Melhor é o beijo roubado.

Atirei um limão n’água,
como faço todo ano.
Senti que os peixes diziam:
Todo amor vive de engano.

Atirei um limão n’água,
como um vidro de perfume.
Em coro os peixes disseram:
Joga fora teu ciúme.

Atirei um limão n’água
mas perdi a direção.
Os peixes, rindo, notaram:
Quanto dói uma paixão!

(...)”

*Carlos Drummond

sábado, 10 de setembro de 2016

Soneto XXI de Pablo Neruda


”Oh que todo o amor propague em mim sua boca,
que não sofra um momento mais sem primavera,
eu não vendi senão minhas mãos à dor,
agora, bem-amada, deixa-me com teus beijos.

Cobre a luz do mês aberto com teu aroma,
fecha as portas com tua cabeleira,
e em relação a mim não esqueças que se desperto e choro
é porque em sonhos apenas sou um menino perdido,(...)

Oh, bem-amada, e nada mais que sombre
por onde me acompanhes em teus sonhos
e me digas a hora da luz.”

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

As sem-razões do amor


*“Eu te amo porque te amo.
Não precisas ser amante,
E nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
E com amor não se paga.
Amor é dado de graça,
É semeado no vento,
Na cachoeira no eclipse.

Amor foge a dicionários
E a regulamentos vários.
Eu te amo porque não amo
Bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
Nem se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
Feliz e forte em si mesmo.

(..)”

*Drummond

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Trabalho


Por encargo da inteligência inominável da natureza, em terras virgens, ricas e férteis, brotam matas retorcidas, vigorosas e selvagens. O homem para tirar seu proveito, labora: destrói a flora, revolve o solo e semeia o que lhe parece ser útil. Com ou sem consistência mesmo que disciplinadamente, ele faz fecundar sementes de uma única espécie. Forjando ilusões, a quimeras de um futuro próspero. Objetivo é preciso, pois a alma tresmalha. O campo da imaginação envereda até que a última gota d’agua naquele lugar seque e tudo vira deserto.

O amor antigo


*“O amor antigo vive de si mesmo,
não de cultivo alheio ou de presença.
Nada exige nem pede. Nada espera,
mas do destino vão nega a sentença.

O amor antigo tem raízes fundas,
feitas de sofrimento e de beleza.
Por aquelas mergulha no infinito,
e por estas suplanta a natureza.

(...)o antigo amor, porém, nunca fenece
e a cada dia surge mais amante.

Mais ardente, mais pobre de esperança.
Mais triste? Não. Ele venceu a dor,
e resplandece no seu canto obscuro,
tanto mais velho quanto mais amor.”

*Drummond

sábado, 3 de setembro de 2016

Medo


Sinto-me presa ao solo onde eu nasci, imobilizada, num estado de enorme conforto. Aqui, não tenho medo. Quem me sacudiria desse estado e poria asas aos meus sonhos? Quem, senão o medo redobraria a minha coragem de querer voar? Medo de quê? Que esforço empreenderia para ter o medo, se a coisa que mais tenho medo no mundo é abafar meus sentimentos, me combater e me ferir. Que a vida pacata, insuportável medo, não vai me combalir. Temo a Deus, sim! Rezo o traçado que Ele me propõe. 

terça-feira, 30 de agosto de 2016

Da responsabilidade


Pelo pensamento Montaigne é justo diferenciar um erro devido à fraqueza de ânimo da falta por má índole. Neste caso, a ação é com pleno conhecimento de causa. No outro, invoca-se a própria natureza, do qual provém a fraqueza e imperfeição, da pusilanimidade. Na sua lógica, podem-se responsabilizar os culpados em ambas as ações e assim censuram e condenam os infiéis. A vergonha é o castigo que revive a coragem. Quando a falta evidencia a coragem fora do comum, é racional considerá-la ato malicioso e punir-se-á nesta qualidade.  

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Vãs são as palavras


*“As repúblicas bem organizadas e administradas não deram muita importância aos oradores.(...) Sócrates e Platão definem a oratória como a arte de enganar e adular. E os que se erguem contra esta definição geral, comprovam-na em seus preceitos.(...) Trata-se de um instrumento muito adequado a excitar ou acalmar o populacho alvoroçado e que, como a medicina, só se aplica aos Estados enfermos.” Pois, como já dizia um antigo retórico, sua profissão,  consiste em fazer com que as coisas pequenas parecerem grandes e como tal se aceitassem.

Disse *Montaigne.

segunda-feira, 11 de julho de 2016

É preciso


* “As muito feias que me perdoem
Mas beleza é fundamental. É preciso
Que haja qualquer coisa de flor em tudo isso
(...)
Não há meio-termo possível. É preciso
Que tudo isso seja belo. É preciso
que súbito tenha-se a
impressão de ver uma
garça apenas pousada e que um rosto
Adquira de vez em quando essa cor só
encontrável no terceiro minuto da aurora.
É preciso que tudo isso seja sem ser, mas
que se reflita e desabroche
No olhar dos homens. É preciso,
é absolutamente preciso.”

*Vinícius de Moraes

O Amor


* “– E é isso então o amor, irmãos?

Não, o amor também é lampião longe no mar
é vela acesa pagando promessa
e talvez por ignorância e sem pressa
o amor é só amor, simples como o ar
nas pessoas que vivem a amar

E o amor está ali na sopa fumegando
no botão bem pregado
no chá pro resfriado
...
nos cabelos penteados
nas cartas nos selos
em tudo está ao nosso lado
o amor, coisa dos humanos”

Palavras de *Domingos Pellegrini, no livro "O Tempero do tempo"

quinta-feira, 28 de abril de 2016

Borboletas


*”Borboletas me convidaram a elas.
O privilégio insetal de ser uma borboleta me atraiu.
Por certo eu iria ter uma visão diferente dos homens e das coisas.
Eu imaginava que o mundo visto de uma borboleta seria, com certeza, 
um mundo livre aos poemas.
Daquele ponto de vista:
(...)
Vi que as andorinhas sabem mais das chuvas do que os cientistas.

Poderia narrar muitas coisas ainda que pude ver do ponto de vista de 
uma borboleta.

Ali até o meu fascínio era azul.”

Poema de *Manoel de Barros.

sexta-feira, 8 de abril de 2016

O vento


* “O vento é um inveterado ledor de tabuletas. E, com toda aquela pressa, é exatamente o contrário do leitor apressado: não salta uma só que seja, não perde nenhuma delas, lê e passa – que o seu destino é passar –, mas guarda uma lembrança vertiginosa de todas, principalmente das verdes, das vermelhas, (...) ...

Sabes? Passa no vento a alma dos pintores mortos, procurando captar, levar (para onde?) as cores deste mundo.

Que este mundo pode ser que não preste, mas é tão bom de ver!”

*Mario Quintana

quinta-feira, 31 de março de 2016

Importa

*“Primeiro levaram os negros
Mas não me importei com isso
Eu não era negro

Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
(...)

Depois prenderam os miseráveis
Mas eu não me importei com isso
Porque eu não sou miserável

Depois agarraram uns desempregados
Mas como tenho meu emprego
Também não me importei

Agora estão me levando
Mas já é tarde
Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo.”


Do célebre poema de *Bertolt Brecht, dramaturgo, poeta e encenador alemão do  século XX.

domingo, 20 de março de 2016

Palavras


* "Abro a gaveta, e salta uma palavra:
dança sedutora sobre o meu cansaço,
veste-se de indefinições, vagueia
no labirinto das ambiguidades.
Acha graça de mim, que espero à frente
encontrar a solução dos meus enigmas.
(...)
mas ela decide meus passos: peso de fruta
no sono da semente, assiste à minha luta
quando a desejo aprisionar, e às vezes até finge
que sou eu a senhora, a domadora, a fonte.
As palavras riem dos poetas, pois são livres:
nós, mediação incompetente."

Do poema “Limites” da escritora *Lya Luft

quinta-feira, 17 de março de 2016

Onde andas?


... se a mim ... a voz... ao longe ... perguntasse... onde andas? ... onde queres chegar? ... ao longe... por onde andas ... se tu és minha... e és voz... no longe... de onde ecoas... por certo... eu posso estar... com quem caminhas?... e a quem escutas?... insiste... a perguntar... caminho só... escuto a voz... que és minha... e só voz... e quando escuto ... quando ecoas ... és o caminho ... não ando só ... se a mim ... ao longe ... a voz ... apenas perguntasse...

Roubar


*“Existe apenas um pecado, um só. E esse pecado é roubar. Qualquer outro é simplesmente a variação do roubo. Quando você mata um homem, está roubando uma vida, está roubando da esposa o direito de ter um marido, roubando dos filhos o direito de ter um pai. Quando você mente está roubando o direito de saber a verdade. Quando você trapaceia, está roubando de alguém o direito à justiça. Entende. Não há ato mais infame que roubar.”

De *Khaled Hosseini

terça-feira, 15 de março de 2016

Um novo dia amanhece

Por Artur Osório

...  e quando... eu me sinto perdido... um novo dia amanhece... e ele novamente me abraça... de longe... me fala de coisas... que apenas de nós... tem passado e futuro... e fica ao meu lado... como se vivesse o presente... imóvel... e quase ausente... sorri e passa a mão nos cabelos... estranhamente me move... e me deixa... como quem vai... e não volta... mas eu nunca fico só... quando eu me sinto perdido... pois ele me abraça de longe ... e então ... um novo dia amanhece ...

As duas flores

*”São duas flores unidas,
São duas rosas nascidas
Talvez do mesmo arrebol,
Vivendo no mesmo galho,
Da mesma gota de orvalho,
Do mesmo raio de sol.
Unidas, bem como as penas
Das duas asas pequenas
De um passarinho do céu…
Como um casal de rolinhas,
Como a tribo de andorinhas
Da tarde no frouxo véu.
(...)
Unidas… Ai quem pudera
Numa eterna primavera
Viver, qual vive esta flor.
Juntar as rodas da vida,
Na rama verde e florida,
Na verde rama do amor!”

As duas flores, *Castro Alves.

Às avessas


No desenrolar desta última década e meia, temos uma certeza: muita coisa mudou com a evolução e acessibilidade das novas tecnologias digitais.  A percepção do impacto proporcionado por isto é que gera dúvida. Vantagens e desvantagens. Saber que a humanidade é igual em todos os campos do mundo nos alivia das culpas, elimina as curiosidades e elucida as diferenças. No entanto, sabe-se que há excessiva valorização dos virtuais amigos, não se importando com as pessoas reais que estão do nosso lado, tem-se convívio às avessas, distraído.

domingo, 13 de março de 2016

Viajar


Gosto de me sentir em movimento.  Paisagens a vista e meus pensamentos se renovam. Se sozinha a reflexão vem como um grito de liberdade.  Se outras pessoas estão na jornada, uma alegria se abraça com o contar de histórias que se esvaem com a viagem. É quase um processo, e assim, eu adoro. Ao chegar a novos lugares me encho de curiosidade nos modos do povo, na comida e nas coisas. Satisfaço-me com o novo. Encho-me de nostalgias! Hora de voltar para casa: o melhor lugar do mundo. 

O Poder das Poderosas


Um futuco aqui: uma elucubração que intriga o pensar de quem concebe. Melhor é espalhar, pois esta companhia incomoda. A primeira pessoa que se encontra: uma conspiração... melhor se em estado íntimo ou em segredo. A trama tece, segue arquitetada. Espontaneamente um fuxico ali e a fofoca está na boca de todas. O conluio, mesmo com afetação, estrondosamente instaura. É o poder das poderosas, que vem com a indignação por si só depois pelas outras e finalmente pelo que cultua como sociedade, cuja aceitação e revelação são entrelaçadas.

sexta-feira, 11 de março de 2016

Sentimento


*"Não me prendo a nada que me defina. Sou companhia, mas posso ser solidão. tranqüilidade e inconstância, pedra e coração. Sou abraços, sorrisos, ânimo, bom humor, sarcasmo, preguiça e sono. Música alta e silêncio. Serei o que você quiser, mas só quando eu quiser. Não me limito, não sou cruel comigo! Serei sempre apego pelo que vale a pena e desapego pelo que não quer valer… Suponho que me entender não é uma questão de inteligência, sim de sentir, de entrar em contato. Ou toca, ou não toca."

*Clarice Lispector

Coisas


*"Os funcionários não funcionam. Os políticos falam mas não dizem. Os votantes votam mas não escolhem. Os meios de informação desinformam. Os centros de ensino ensinam a ignorar. Os juizes condenam as vítimas. Os militares estão em guerra contra seus compatriotas. Os policiais não combatem os crimes, porque estão ocupados cometendo-os. As bancarrotas são socializadas, os lucros são privatizados. O dinheiro é mais livre que as pessoas. As pessoas estão a serviço das coisas."

Palavras do expressivo pensador uruguaio, *Eduardo Galeano, em seu livro “O livro dos abraços”.

quinta-feira, 10 de março de 2016

Flor


Palavras do escritor Paulo Coelho, cheias de verdade: “Quem tentar possuir uma flor, verá sua beleza murchando. Mas quem apenas olhar uma flor no campo permanecerá para sempre com ela. Você nunca será minha e por isso terei você para sempre.”

Amo flores, de quase todas as espécies: suas cores, formas e perfumes. Gosto das que eu planto e cuido, das que brotam das árvores ou que nascem nos campos. Às vezes rendo-me em apanhá-las... Curto ter arranjos dentro de casa. Reparo-as para não murcharem e dão-me cores.

Verdade


De São Bernado de Claraval: “O verdadeiro amor nasce de um coração puro, de uma consciência boa e de uma fé sincera, e ama o bem do próximo como se fosse seu”. E se ama o bem do próximo como se fosse seu: há algo mais forte que as forças do coração? A razão se combate com forças da razão? Se o amor é a finalidade, a condescendia é o caminho. Premissa para que o cotidiano nos pulse com jeito tranqüilo. E a vida seja cheia de graça!

Amigos Médicos


Por passagem recente, refletir, pois:

*”Os médicos existem para tratar, não para decidir o lugar de seu paciente se sua vida – e sua morte! – vale ou não a pena ser vivida. Cuidado, amigos médicos, com o paternalismo: vocês têm a se encargo a saúde de seus pacientes, não a sua felicidade, mas não sua serenidade. Um doente terminal não tem do direito de ser infeliz? Não tem o direito de ficar angustiado? O que é  então, nessa infelicidade, nessa angústia, que os assusta tanto assim?” por *Martins Fontes.

quarta-feira, 9 de março de 2016

Sombra

Por Lislair Leão Marques

Tem uma fonte de luz que brilha acima a mim e que me sobrepõe. Seus raios se projetam e contornam-me pelos seus reflexos. Quando eu estou em movimento, paro a me ver a sombra que se cria. Vejo-me ou me movimento, vejo-me ou paro ou não me vejo e sigo a caminhar. Olhar para o que se cria é não abandonar o que me conduz. De certo modo olhar para minha sombra é brincar com o eterno. Das coisas que de sua luz e alinhamento eu me passo a induzir ou seduzir.

terça-feira, 8 de março de 2016

Pão


*”Como feixes de trigo, ele vos aperta junto ao seu coração.
Ele vos debulha para expor vossa nudez.
Ele vos peneira para libertar-vos das palhas.
Ele vos mói até a extrema brancura.
Ele vos amassa até que vos torneis maleáveis.

Então, ele vos leva ao fogo sagrado e vos transforma
o pão místico do banquete divino.
Todas essas coisas, o amor operará em vós
Para que conheçais os segredos de vossos corações
E, com esse conhecimento,
Vos convertais (...).”


Parte do poema “O Amor”, escrito por *Khalil Gibran.

sexta-feira, 4 de março de 2016

Fidelidade


Fidelidade eu prometo, como:

* “De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

(...)

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.”



Do poema “Soneto da Fidelidade”, de *Vinicius de Moraes. 

Música


Tudo é música na matemática e tudo é matemática na música. Com lógica, como todas as coisas desta vida.  Perceptível ou não a nós. Simpatizo, por momentos, ouvir sons suaves, clássicos ou melodiosos.  Meu raciono torna-se mais concreto. Minha memória desperta mais consciente: menos apegada e mais concentrada. Meu pensamento se alinha mais livre. Mexe com a minha cabeça. A música é tanto mais elevada quanto mais e desenvolvo com amor. Sem dúvida, é a minha melhor companhia. Com a música transcendo ao mundo e assim, me pertenço.

O Amor


“Eis que os seres humanos, inicialmente eram de três tipos: homem, mulher e andróginos. E eram também duplicados e unidos pelo umbigo. Zeus, temendo a presunção de tanta auto-suficiência, para enfraquecê-los, divide-os em dois e cada uma das partes passará a vida à procura de sua outra metade original, (...)

Para Aristófanes, o Amor é justamente essa busca constante e incansável por sua outra metade a fim de se restabelecer o original e primitivo “todo”.


Do clássico livro “O Banquete” de Platão, escrito por volta de 380 a.C..

quinta-feira, 3 de março de 2016

Florence Nightingale (1820 – 1910)


Inglesa, enfermeira conhecida como “A dama da lâmpada”, por utilizar do instrumento para examinar os feridos durante a noite durante a Guerra da Criméia(1853-1856).

Com 38 enfermeiras treinadas por ela, partiu para os campos de batalha na Guerra da Criméia(1854). Reduziu vertiginosamente o índice de morte por infecção dos feridos em combate. Voltou para casa doente e impossibilitada de exercer trabalhos físicos, foi considerada heroína. Fundou a Escola de Enfermagem no Hospital Saint Thomas. Recebeu da Rainha Vitória, Cruz Vermelha Real(1883) e tornou-se primeira mulher Ordem do Mérito(1907).

Maria Quitéria (1792 – 1853)


Filha mais velha de fazendeiro de Feira de Santana-BA, perdeu sua mãe cedo. Cuidou dos irmãos e casa desde dez anos. Analfabeta. Talentosa na arte da montaria e manuseio de armas, primeira mulher a fazer parte das Forças Armadas Brasileiras. Na consolidação da independência brasileira(1822), sem permissão do pai, fugiu, alistou-se como homem com o nome de Medeiros, no Batalhão dos Voluntários do Príncipe.

Nas batalhas contra os portugueses, foi exemplo de bravura. Foi condecorada pelo imperador D. Pedro I com a Ordem Imperial do Cruzeiro do Sul(1823).

Amelia Earhart (1897 – 1937)


Foi a primeira mulher a voar sozinha o oceano Atlântico e receber a “The Distinguished Flying Cross”, em 1932. Escritora e defensora dos direitos da mulher. Escreveu sobre suas aventuras e promovendo as mulheres na aviação tornou-se celebridade mundial.

Viveu uma infância bem aventureira com uma forte educação liberal financiada pelos seus avôs. Em 1920, procurou Anita "Neta" Snook para aprender a pilotar. Para pagar seus estudos, Amelia trabalhou duro como caminhoneira, fotógrafa e datilógrafa.

A partir daí, ela não parou mais, além de diversos recordes de velocidade.

Bertha Lutz (1894 – 1976)


Zoológa, formou-se em Paris(Universidade Sorbonne).

Em 1919, voltou ao Brasil, lutou pela igualdade de direitos jurídicos entre os sexos. Foi a segunda mulher a ingressar no serviço público: secretária do Museu Nacional do Rio de Janeiro. Fundou a Liga para Emancipação Intelectual da Mulher.

Em 1936, depois de duas derrotas eleitorais, assumiu o mandato de Deputada Federal. Lutou a favor da legislação do trabalho da mulher, propondo igualdade salarial, redução da jornada de trabalho e licença maternidade. Em 1937, com o golpe do Estado Novo, perdeu o mandato.

Anita Garibaldi (1821-1849)


Catarinense corajosa, Ana Maria de Jesus Ribeiro da Silva, aos 15 anos casou-se com Manuel Duarte Aguiar. Em 1837, o italiano Giuseppe Garibaldi invadiu Laguna na Revolução Farroupilha(1835 e 1845). Surpresa com seus ideais liberais e democráticos, abandonou o casamento e ao lado dele aprendeu a lutar.

Lutou em busca da democracia na Guerra dos Farrapos, batalha de Curitibanos, contra o ditador uruguaio Fructuoso Rivera e unificação italiana.

Em desvantagem, fugindo de forças que eram contra a unificação contraiu febre tifóide, grávida do quinto filho de Garibaldi, faleceu.

Desvelo


Tu és importante pra mim. Entenda isto: o que acontece contigo é como se acontecesse comigo, sem afetação. Meu zelo não é só para te proteger: eu quero teu bem estar. É um querer que estejas sempre livre, pois tu és para mim um ente mais que todos outros. Meu obvio afeto por ti se manifesta assim, é espontâneo e singelo, aceite! Acredite! Deixa este momento fluir para eu ser feliz, para tu ser feliz, para nós sermos felizes. E que este sentimento, Deus permita, perdure sempre. Combinado!

quarta-feira, 2 de março de 2016

Arte de Amar


*”Se queres sentir a felicidade de amar,
Esquece a tua alma.
A alma é que estraga o amor.
Só em Deus ela pode encontrar satisfação.
Não noutra alma.
Só em Deus - ou fora do mundo.

As almas são incomunicáveis.
Deixe o teu corpo entender-se com outro corpo,
porque os corpos se entendem, mas as almas não.”


Arte de Amar, poema do pernambucano *Manoel Bandeira (19/04/1886 – 13/10/1968). Ele foi poeta crítico literário e de arte, professor de literatura e tradutor. Sua literatura tem abordagens temáticas cotidianas e universais. 

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Se o Amor Vier


* “Você sabe de onde eu vim
Você sabe que horas são
Você não sabe de nada não
Aprendi a recompor
A me desatar o nó
Hoje estou bem
Hoje estou bem melhor
Você sabe onde eu nasci
Você sabe onde eu me perco
Você não sabe da missa o terço
Consegui não me afogar
Enganei até a morte
Hoje estou bem
Hoje estou bem mais forte
Divido em vida o meu tesouro
Ainda acho pouco
Seja o que Deus quiser
...”

Canção* “Se o Amor Vier” de Fagner.

O Amor


* “Quando o amor vos chamar, segui-o,
Embora seus caminhos sejam agrestes e escarpados;
E quando ele vos envolver com suas asas, cedei-lhe,
Embora a espada oculta na sua plumagem possa ferir-vos;
E quando ele vos falar, acreditai nele,
Embora sua voz possa despedaçar vossos sonhos
Como o vento devasta o jardim.
Pois, da mesma forma que o amor vos coroa,
Assim ele vos crucifica.
E da mesma forma que contribui para vosso crescimento,
Trabalha para vossa poda 

...”
Do poema “O Amor” do poeta de Gibran Khalil Gibran.

domingo, 14 de fevereiro de 2016

Caminhos do coração


Levo a vida, seguindo caminhos do meu coração conforme a letra da canção do saudoso Gonzaguinha:

“...E é tão bonito quando a gente entende
Que a gente é tanta gente onde quer que a gente vá.
E é tão bonito quando a gente sente
Que nunca está sozinho por mais que pense estar.

É tão bonito quando a gente pisa firme
Nessas linhas que estão nas palmas de nossas mãos.
É tão bonito quando a gente vai à vida
Nos caminhos onde bate, bem mais forte o coração.”

A culpa


“é o único fardo que os seres humanos não conseguem suportar sozinhos. Apenas a metade do Eu quer expiar a culpa para se libertar de seus tormentos. A outra metade quer continuar livre...” já dizia Anaïs Nin no seu livro Uma Expiã na Casa do Amor. Acusar serve de companhia a quem se sente culpado e todos sabem o que é isso. Basta um ato impensado e já se complica: em um segundo pode acontecer algo que jamais se acreditaria ser capaz de fazer por uma vida inteira.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Desver


“Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara” já dizia o escritor Saramago quando retratava a cegueira da humanidade nos tempos atuais em um de seus últimos livros. Com tantas distrações que nos cercam parece que a sociedade perdeu de vista a capacidade de ir além daquilo que é superficial – de analisar ou observar determinadas situações. Tem coisas que de fato à primeira vista nos fazem a perder de vista. Encararemos um pouco melhor certas coisas em que desver é preciso, se fecharmos os olhos e refletir.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Humor


Minha educação familiar foi rígida e os colégios pelos quais passei não menos severos, o que me conduziram apreciar a seriedade como um bem estar da vida. Meu tempo embora de muita fartura e de muitas celebrações tem a natural perversidade humana que me trazem certa inquietude e um humor às avessas. Um estado de espírito que prefere a sinceridade à mentira e o conhecimento à ilusão. Surpreender-me é me encontrar ao riso à seriedade da vida. A vida leve é mesmo uma arte divertida.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Amigos


Ter amigos é nunca se sentir abandonada. Tenho muitos. Amigos que me acolheram. Que aconselham e criticam. Que cutuca. Aqueles que se silenciam. Adoro aqueles que ficamos a gargalhar. Tenho amigos à distância, que não se pode combinar um café, um lanche ou um cinema, mas sempre me é presente todo o dia nas redes sociais. Amigos que eu conclamo para um desabafo. Dão-me equilíbrio. Há aqueles encontros que seguimos adiante sós e depois de anos a fio nos reencontramos: parece que estamos sempre a caminhar juntos. Adoro!

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Da honestidade


Jankélévitch, um filósofo e musicólogo francês dizia: “Ai dos que põem acima do amor a verdade criminosa da delação! Ai dos brutos que dizem sempre a verdade! Ai dos que nunca mentiram!”. Ora, ora! Qual a coragem que me convém? Qual presença minha será mais forte no palco da vida: meu silencio, meias verdades com doçura ou minha fala por completo – da verdade nua e crua? Ora, ora! A quem mais importa senão a mim, ser honesto comigo mesmo? Se assim eu não fosse, a quem fiel seria?

domingo, 31 de janeiro de 2016

Atávica


As pessoas pragmáticas e ansiosas por sucesso que me perdoem, pois, eu gosto mesmo é de ser tranquila. Não do modo atávica, do tempo que os homens iam à caça e as mulheres ficavam a cuidar da casa. Sou prática e realista, porém antes de ser produtiva não me apraz enquadrar a padrões onde os que se dizem espertos buscam persuadir uma multidão para seu fim. Minha intuição – GPS que me guia – comanda: faz o que ama com excelência e compartilha, amando o que faz, aquilo que deve.

sábado, 30 de janeiro de 2016

Lacunas


* “O que não falei, tombou dentro de mim como um pássaro sem asas.
O que não cumpri, ressecou na soleira do sol.
O que não cantei, silenciou no lírio de cristal.
O que não dancei, evaporou na espiral da brisa.
O que não li, afastou-se no barco de papel.
O que não escrevi, desidratou o verbo no varal.
O que não ousei, diluiu-se na água estagnada.
O que não protestei, anulou-se na bandeira abandonada.
O que não amei, desfez-se sem adeus, não deixou nada.”

Poema de *Flora Figueiredo.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Leveza


Ando de bicicleta em estradas abertas e abandono meus cabelos ao vento. De o meu pedalar, a velocidade e o vento conseguem mover e sustentar meus longos fios de cabelos e desembaraçar meus pensamentos. Despojadas, minhas idéias que em mim habitam, fluem. Daqueles meus pensamentos pesados e aborrecidos, nada ficam além de tudo. Aqueles duros se dissolvem. Para onde vão? Aonde todos os ventos vão dar? Aonde se acabam ou se perdem, pois!  Mais devagar agora, percebo do meu cotidiano, tudo ao vento, mais leveza nos meus pensamentos.

domingo, 24 de janeiro de 2016

Da floração


No período da primavera passada, no ano de 2015, as flores desabrocharam antes do tempo e excessivamente. Veio minha curiosidade: pode uma árvore suportar tanta fruta? Os frutos foram desenvolvendo em cachos e vieram às intempéries do clima: chuvaradas, vento forte, pedras de gelo, ora clima seco ora úmido, calor ou frio intenso. Veio à resposta: chegou o verão e poucos frutos restaram daquela floração. A vida inteligente das plantas prevê, é o seu jeito de ter sobrevivência. E nós, humanos, o que fazemos para suportar as tempestades?

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Entretenimento


Nestas tardes prolongadas de verão, aqui no sul, cheio de luminosidade e calor, nada existe de melhor que uma roda de amigos ou de gente querida, debaixo de uma árvore, com causos e anedotas a contar. Se tiver na roda uma gaita ou violão, ainda melhor! Enquanto isto, milhões de pessoas estão a ver o mesmo jornal televisivo, enquadrando-os a pensar igual. No encontro de pessoas, quem sabe sagrado, a partilha do saber permite a cada uma captar de um jeito diferente que fortalece e enriquece a alma.