Antes
de abandonar 2016, e ser muito grata a Deus pelo ano que tive: pedi saúde e tranqüilidade
e tive tranqüilidade e saúde. Tive, bem além das turbulências externas. Eis
meus futuros e novos DESAFIOS, de mim para mim, executáveis, vivendo o dia, com
todo o cuidado, para o hoje e o amanhã, como se houvesse o amanhã! Sim, como se
houvesse o amanhã! O desafio acaba no
dia 15 de dezembro de 2017. Das 88 tarefas tenho que cumprir pelo menos 88, tenho
que cumprir! Vem comigo!
domingo, 4 de dezembro de 2016
quarta-feira, 28 de setembro de 2016
Não pensar!
* “Creio no
mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender...
O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender...
O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...
Eu não
tenho filosofia: tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe porque ama, nem o que é amar...
Amar é a eterna inocência,(...)”
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe porque ama, nem o que é amar...
Amar é a eterna inocência,(...)”
*Fernando
Pessoa
quarta-feira, 21 de setembro de 2016
Equilíbrio
Identifiquei
o meu existir no que diz Mireia Darder, autora do livro Nascidas para o Prazer,
nesse texto: “Só quando estou sozinha me sinto totalmente livre. Reencontro-me
comigo mesma e isso é agradável e reparador. É certo que, por inércia, quanto
menos só se está, mais difícil é ficá-lo. Mesmo assim, em uma sociedade que
obriga a ser enormemente dependente do que é externo, os espaços de solidão
representam a única possibilidade se fazer contato novamente consigo. É um
movimento de contração necessário para recuperar o equilíbrio”.
terça-feira, 20 de setembro de 2016
Hino do Rio Grande do Sul
Como a
aurora precursora
Do farol da
divindade
Foi o 20 de
Setembro
O precursor
da liberdade
Mostremos
valor constância
Nesta ímpia
e injusta guerra
Sirvam
nossas façanhas
De modelo a
toda Terra
De modelo a
toda Terra
Sirvam
nossas façanhas
De modelo a
toda Terra
Mas não
basta pra ser livre
Ser forte,
aguerrido e bravo
Povo que
não tem virtude
Acaba por
ser escravo
Mostremos
valor constância
Nesta ímpia
e injusta guerra
Sirvam
nossas façanhas
De modelo a
toda Terra
De modelo a
toda Terra
(...)
segunda-feira, 19 de setembro de 2016
Tirania
Já diz do ditado: “A tirania do
pseudo-poderoso é a razão de sua própria queda”, pois tens a postura de um Deus
grego e a mesma tirania. E é falso. E eu na plena ironia, entre a minha loucura
ou razão, observo-o com meu ego inflado e te uso como alvo de minha flecha.
Serei então ouvida, aos que digerem em contraste, entre sal e açúcar ou como o
dia e a noite. Teu abuso é bom ou mau; ao léu de quem, no seu descuido, se
beneficia.
sexta-feira, 16 de setembro de 2016
Trato e distrato
* “Em
Paris, um tratado
gravemente firmado
renova outro tratado
longamente ajustado,
pesado, blablablado,
que tinha estruturado
o muito fofocado
acordo estipulado,
agora validado
e bem atualizado
para ser destratado
por um outro lado
conforme for do agrado
ou não, e emaranhado
o risco do bordado
da guerra do passado,
amanhã retramado.
Tudo bem combinado,
medido e conformado,
eis que fica evidenciado:
Todo e qualquer tratado
deve ser observado
como papo furado.”
longamente ajustado,
pesado, blablablado,
que tinha estruturado
o muito fofocado
acordo estipulado,
agora validado
e bem atualizado
para ser destratado
por um outro lado
conforme for do agrado
ou não, e emaranhado
o risco do bordado
da guerra do passado,
amanhã retramado.
Tudo bem combinado,
medido e conformado,
eis que fica evidenciado:
Todo e qualquer tratado
deve ser observado
como papo furado.”
É bem assim,
não é? Todos os tratos têm distrato, como poema de *Carlos Drummond de Andrade.
Legado
Todas as plantinhas que meu pai plantou e deixou, rego
com um sentimento tal qual este belo poema de *Lya Luft.
*”Foi
meu pai quem plantou esse álamo
no meu jardim. Podou seus ramos,
e desde então seus dedos se multiplicaram,
sua voz se perpetuou em folhas
depois de cada inverno.
E
quando o vento perpassa
os altos ramos do álamo generoso,
o tempo se dá por vencido,
a dor recolhe suas asas:
meu pai conversa comigo,
andando pela calçada
entre
o meu coração e a sua morte.”
quinta-feira, 15 de setembro de 2016
Anos
Lembrei
da minha doce infância, lendo Virginia Woolf. “Era um crepúsculo de verão. O
sol se punha. O céu ainda azul tingia-se de dourado, como se tudo se cobrisse
de um fino véu de gaze. Aqui e ali, na amplidão ouro e azul, pairavam ilhas de
arminho em suspenso. Nos campos as árvores se erguiam majestosas e ricamente
ataviadas por suas inumeráveis folhas. Viam-se ovelhas e vacas, cor de pérola
ou malhadas, jacentes as mais das vezes ou passando através da relva
translúcida. Tudo estava orlado de luz.”
domingo, 11 de setembro de 2016
Lira do amor romântico - parte 4
*”(...)Atirei um limão n’água,
não fez o menor ruído.
Se os peixes nada disseram,
tu me terás esquecido?
Atirei um limão n’água,
caiu certeiro: zás-trás.
Bem me avisou um peixinho:
Fui passado pra trás.
Atirei um limão n’água,
de clara ficou escura.
Até os peixes já sabem:
você não ama: tortura.
Atirei um limão n’água
e caí n’água também,
pois os peixes me avisaram,
que lá estava meu bem.
Atirei um limão n’água,
foi levado na corrente.
Senti que os peixes diziam:
Hás de amar eternamente.”
*Carlos Drummond
Lira do amor romântico - parte 3
*”(...)Atirei um limão n’água,
fez-se logo um burburinho.
Nenhum peixe me avisou
da pedra no meu caminho.
Atirei um limão n’água,
de tão baixo ele boiou.
Comenta o peixe mais velho:
Infeliz quem não amou.
Atirei um limão n’água,
antes atirasse a vida.
Iria viver com os peixes
a minh’alma dolorida.
Atirei um limão n’água,
pedindo à água que o arraste.
Até os peixes choraram
porque tu me abandonaste.
Atirei um limão n’água.
Foi tamanho o rebuliço
que os peixinhos protestaram:
Se é amor, deixa disso.
(...)”
*Carlos Drummond
Lira do amor romântico - parte 2
*”(...)Atirei
um limão n’água,
ele afundou
um barquinho.
Não se
espantaram os peixes:
faltava-me
o teu carinho.
Atirei um
limão n’água,
o rio logo
amargou.
Os
peixinhos repetiram:
É dor de
quem muito amou.
Atirei um
limão n’água,
o rio ficou
vermelho
e cada
peixinho viu
meu coração
num espelho.
Atirei um
limão n’água
mas depois
me arrependi.
Cada
peixinho assustado
me lembra o
que já sofri.
Atirei um
limão n’água,
antes não
tivesse feito.
Os
peixinhos me acusaram
de amar com
falta de jeito.
(...)”
Lira do amor romântico - parte 1
*”Atirei um
limão n’água
e fiquei
vendo na margem.
Os
peixinhos responderam:
Quem tem
amor tem coragem.
Atirei um
limão n’água
e caiu
enviesado.
Ouvi um
peixe dizer:
Melhor é o
beijo roubado.
Atirei um
limão n’água,
como faço
todo ano.
Senti que
os peixes diziam:
Todo amor
vive de engano.
Atirei um
limão n’água,
como um
vidro de perfume.
Em coro os
peixes disseram:
Joga fora
teu ciúme.
Atirei um
limão n’água
mas perdi a
direção.
Os peixes,
rindo, notaram:
Quanto dói
uma paixão!
(...)”
*Carlos Drummond
sábado, 10 de setembro de 2016
Soneto XXI de Pablo Neruda
”Oh que todo o amor propague em mim sua
boca,
que não sofra um momento mais sem primavera,
eu não vendi senão minhas mãos à dor,
agora, bem-amada, deixa-me com teus beijos.
Cobre a luz do mês aberto com teu aroma,
fecha as portas com tua cabeleira,
e em relação a mim não esqueças que se desperto e choro
é porque em sonhos apenas sou um menino perdido,(...)
Oh, bem-amada, e nada mais que sombre
por onde me acompanhes em teus sonhos
e me digas a hora da luz.”
que não sofra um momento mais sem primavera,
eu não vendi senão minhas mãos à dor,
agora, bem-amada, deixa-me com teus beijos.
Cobre a luz do mês aberto com teu aroma,
fecha as portas com tua cabeleira,
e em relação a mim não esqueças que se desperto e choro
é porque em sonhos apenas sou um menino perdido,(...)
Oh, bem-amada, e nada mais que sombre
por onde me acompanhes em teus sonhos
e me digas a hora da luz.”
sexta-feira, 9 de setembro de 2016
As sem-razões do amor
*“Eu te amo porque te amo.
Não precisas ser amante,
E nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
E com amor não se paga.
Amor é dado de graça,
É semeado no vento,
Na cachoeira no eclipse.
Amor foge a dicionários
E a regulamentos vários.
Eu te amo porque não amo
Bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
Nem se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
Feliz e forte em si mesmo.
Não precisas ser amante,
E nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
E com amor não se paga.
Amor é dado de graça,
É semeado no vento,
Na cachoeira no eclipse.
Amor foge a dicionários
E a regulamentos vários.
Eu te amo porque não amo
Bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
Nem se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
Feliz e forte em si mesmo.
(..)”
*Drummond
segunda-feira, 5 de setembro de 2016
Trabalho
Por
encargo da inteligência inominável da natureza, em terras virgens, ricas e
férteis, brotam matas retorcidas, vigorosas e selvagens. O homem para tirar seu
proveito, labora: destrói a flora, revolve o solo e semeia o que lhe parece ser
útil. Com ou sem consistência mesmo que disciplinadamente, ele faz fecundar
sementes de uma única espécie. Forjando ilusões, a quimeras de um futuro
próspero. Objetivo é preciso, pois a alma tresmalha. O campo da imaginação
envereda até que a última gota d’agua naquele lugar seque e tudo vira deserto.
O amor antigo
*“O amor antigo vive de si mesmo,
não de cultivo alheio ou de presença.
Nada exige nem pede. Nada espera,
mas do destino vão nega a sentença.
O amor antigo tem raízes fundas,
feitas de sofrimento e de beleza.
Por aquelas mergulha no infinito,
e por estas suplanta a natureza.
(...)o antigo amor, porém, nunca fenece
e a cada dia surge mais amante.
Mais ardente, mais pobre de esperança.
Mais triste? Não. Ele venceu a dor,
e resplandece no seu canto obscuro,
tanto mais velho quanto mais amor.”
*Drummond
sábado, 3 de setembro de 2016
Medo
Sinto-me
presa ao solo onde eu nasci, imobilizada, num estado de enorme conforto. Aqui,
não tenho medo. Quem me sacudiria desse estado e poria asas aos meus sonhos?
Quem, senão o medo redobraria a minha coragem de querer voar? Medo de quê? Que
esforço empreenderia para ter o medo, se a coisa que mais tenho medo no mundo é
abafar meus sentimentos, me combater e me ferir. Que a vida pacata, insuportável
medo, não vai me combalir. Temo a Deus, sim! Rezo o traçado que Ele me propõe.
terça-feira, 30 de agosto de 2016
Da responsabilidade
Pelo
pensamento Montaigne é justo diferenciar um erro devido à fraqueza de ânimo da
falta por má índole. Neste caso, a ação é com pleno conhecimento de causa. No
outro, invoca-se a própria natureza, do qual provém a fraqueza e imperfeição, da
pusilanimidade. Na sua lógica, podem-se responsabilizar os culpados em ambas as
ações e assim censuram e condenam os infiéis. A vergonha é o castigo que revive
a coragem. Quando a falta evidencia a coragem fora do comum, é racional
considerá-la ato malicioso e punir-se-á nesta qualidade.
segunda-feira, 29 de agosto de 2016
Vãs são as palavras
*“As
repúblicas bem organizadas e administradas não deram muita importância aos
oradores.(...) Sócrates e Platão definem a oratória como a arte de enganar e
adular. E os que se erguem contra esta definição geral, comprovam-na em seus
preceitos.(...) Trata-se de um instrumento muito adequado a excitar ou acalmar
o populacho alvoroçado e que, como a medicina, só se aplica aos Estados
enfermos.” Pois, como já dizia um antigo retórico, sua profissão, consiste em fazer com que as coisas pequenas
parecerem grandes e como tal se aceitassem.
Disse *Montaigne.
Disse *Montaigne.
segunda-feira, 11 de julho de 2016
É preciso
* “As muito
feias que me perdoem
Mas beleza é fundamental. É preciso
Que haja qualquer coisa de flor em tudo isso
(...)
Não há meio-termo possível. É preciso
Que tudo isso seja belo. É preciso
que súbito tenha-se a
impressão de ver uma
garça apenas pousada e que um rosto
Adquira de vez em quando essa cor só
encontrável no terceiro minuto da aurora.
É preciso que tudo isso seja sem ser, mas
que se reflita e desabroche
No olhar dos homens. É preciso,
é absolutamente preciso.”
Mas beleza é fundamental. É preciso
Que haja qualquer coisa de flor em tudo isso
(...)
Não há meio-termo possível. É preciso
Que tudo isso seja belo. É preciso
que súbito tenha-se a
impressão de ver uma
garça apenas pousada e que um rosto
Adquira de vez em quando essa cor só
encontrável no terceiro minuto da aurora.
É preciso que tudo isso seja sem ser, mas
que se reflita e desabroche
No olhar dos homens. É preciso,
é absolutamente preciso.”
*Vinícius de Moraes
O Amor
* “– E é isso então o
amor, irmãos?
Não, o amor também é lampião longe no mar
é vela acesa pagando promessa
e talvez por ignorância e sem pressa
o amor é só amor, simples como o ar
nas pessoas que vivem a amar
E o amor está ali na sopa fumegando
no botão bem pregado
no chá pro resfriado
...
nos cabelos penteados
nas cartas nos selos
em tudo está ao nosso lado
o amor, coisa dos humanos”
Palavras de *Domingos Pellegrini, no livro "O Tempero do tempo"
Não, o amor também é lampião longe no mar
é vela acesa pagando promessa
e talvez por ignorância e sem pressa
o amor é só amor, simples como o ar
nas pessoas que vivem a amar
E o amor está ali na sopa fumegando
no botão bem pregado
no chá pro resfriado
...
nos cabelos penteados
nas cartas nos selos
em tudo está ao nosso lado
o amor, coisa dos humanos”
Palavras de *Domingos Pellegrini, no livro "O Tempero do tempo"
quinta-feira, 28 de abril de 2016
Borboletas
*”Borboletas
me convidaram a elas.
O privilégio insetal de ser uma borboleta me atraiu.
Por certo eu iria ter uma visão diferente dos homens e das coisas.
Eu imaginava que o mundo visto de uma borboleta seria, com certeza,
um mundo livre aos poemas.
Daquele ponto de vista:
(...)
Vi que as andorinhas sabem mais das chuvas do que os cientistas.
O privilégio insetal de ser uma borboleta me atraiu.
Por certo eu iria ter uma visão diferente dos homens e das coisas.
Eu imaginava que o mundo visto de uma borboleta seria, com certeza,
um mundo livre aos poemas.
Daquele ponto de vista:
(...)
Vi que as andorinhas sabem mais das chuvas do que os cientistas.
Poderia narrar muitas coisas ainda que pude ver do ponto de vista de
uma borboleta.
Ali até o meu fascínio era azul.”
Poema de *Manoel de Barros.
sexta-feira, 8 de abril de 2016
O vento
* “O vento é um inveterado ledor de tabuletas. E, com
toda aquela pressa, é exatamente o contrário do leitor apressado: não salta uma
só que seja, não perde nenhuma delas, lê e passa – que o seu destino é passar
–, mas guarda uma lembrança vertiginosa de todas, principalmente das verdes,
das vermelhas, (...) ...
Sabes? Passa no vento a alma dos pintores mortos, procurando captar, levar (para onde?) as cores deste mundo.
Que este mundo pode ser que não preste, mas é tão bom de ver!”
*Mario Quintana
quinta-feira, 31 de março de 2016
Importa
*“Primeiro levaram os negros
Mas não me importei com isso
Eu não era negro
Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
(...)
Depois prenderam os miseráveis
Mas eu não me importei com isso
Porque eu não sou miserável
Depois agarraram uns desempregados
Mas como tenho meu emprego
Também não me importei
Agora estão me levando
Mas já é tarde
Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo.”
Do célebre poema de *Bertolt Brecht, dramaturgo, poeta e
encenador alemão do século XX.
domingo, 20 de março de 2016
Palavras
* "Abro a
gaveta, e salta uma palavra:
dança sedutora sobre o meu cansaço,
veste-se de indefinições, vagueia
no labirinto das ambiguidades.
Acha graça de mim, que espero à frente
encontrar a solução dos meus enigmas.
dança sedutora sobre o meu cansaço,
veste-se de indefinições, vagueia
no labirinto das ambiguidades.
Acha graça de mim, que espero à frente
encontrar a solução dos meus enigmas.
(...)
mas ela decide meus passos: peso de fruta
no sono da semente, assiste à minha luta
quando a desejo aprisionar, e às vezes até finge
que sou eu a senhora, a domadora, a fonte.
mas ela decide meus passos: peso de fruta
no sono da semente, assiste à minha luta
quando a desejo aprisionar, e às vezes até finge
que sou eu a senhora, a domadora, a fonte.
As
palavras riem dos poetas, pois são livres:
nós,
mediação incompetente."
Do
poema “Limites” da escritora *Lya Luft
quinta-feira, 17 de março de 2016
Onde andas?
Por
Artur Osório
... se
a mim ... a voz... ao longe ... perguntasse... onde andas? ... onde queres
chegar? ... ao longe... por onde andas ... se tu és minha... e és voz... no
longe... de onde ecoas... por certo... eu posso estar... com quem caminhas?...
e a quem escutas?... insiste... a perguntar... caminho só... escuto a voz...
que és minha... e só voz... e quando escuto ... quando ecoas ... és o caminho
... não ando só ... se a mim ... ao longe ... a voz ... apenas perguntasse...
Roubar
*“Existe
apenas um pecado, um só. E esse pecado é roubar. Qualquer outro é simplesmente
a variação do roubo. Quando você mata um
homem, está roubando uma vida, está roubando da esposa o direito de ter um
marido, roubando dos filhos o direito de ter um pai. Quando você mente está
roubando o direito de saber a verdade. Quando você trapaceia, está roubando de
alguém o direito à justiça. Entende. Não há ato mais infame que roubar.”
De
*Khaled Hosseini
terça-feira, 15 de março de 2016
Um novo dia amanhece
Por Artur Osório
... e quando... eu me sinto perdido... um novo dia amanhece... e ele novamente me abraça... de longe... me fala de coisas... que apenas de nós... tem passado e futuro... e fica ao meu lado... como se vivesse o presente... imóvel... e quase ausente... sorri e passa a mão nos cabelos... estranhamente me move... e me deixa... como quem vai... e não volta... mas eu nunca fico só... quando eu me sinto perdido... pois ele me abraça de longe ... e então ... um novo dia amanhece ...
... e quando... eu me sinto perdido... um novo dia amanhece... e ele novamente me abraça... de longe... me fala de coisas... que apenas de nós... tem passado e futuro... e fica ao meu lado... como se vivesse o presente... imóvel... e quase ausente... sorri e passa a mão nos cabelos... estranhamente me move... e me deixa... como quem vai... e não volta... mas eu nunca fico só... quando eu me sinto perdido... pois ele me abraça de longe ... e então ... um novo dia amanhece ...
As duas flores
*”São duas flores unidas,
São duas rosas nascidas
Talvez do mesmo arrebol,
Vivendo no mesmo galho,
Da mesma gota de orvalho,
Do mesmo raio de sol.
São duas rosas nascidas
Talvez do mesmo arrebol,
Vivendo no mesmo galho,
Da mesma gota de orvalho,
Do mesmo raio de sol.
Unidas, bem como as penas
Das duas asas pequenas
De um passarinho do céu…
Como um casal de rolinhas,
Como a tribo de andorinhas
Da tarde no frouxo véu.
(...)
Das duas asas pequenas
De um passarinho do céu…
Como um casal de rolinhas,
Como a tribo de andorinhas
Da tarde no frouxo véu.
(...)
Unidas… Ai quem pudera
Numa eterna primavera
Viver, qual vive esta flor.
Juntar as rodas da vida,
Na rama verde e florida,
Na verde rama do amor!”
Numa eterna primavera
Viver, qual vive esta flor.
Juntar as rodas da vida,
Na rama verde e florida,
Na verde rama do amor!”
As duas flores, *Castro Alves.
Às avessas
No
desenrolar desta última década e meia, temos uma certeza: muita coisa mudou com
a evolução e acessibilidade das novas tecnologias digitais. A percepção do impacto proporcionado por isto
é que gera dúvida. Vantagens e desvantagens. Saber que a humanidade é igual em
todos os campos do mundo nos alivia das culpas, elimina as curiosidades e
elucida as diferenças. No entanto, sabe-se que há excessiva valorização dos
virtuais amigos, não se importando com as pessoas reais que estão do nosso
lado, tem-se convívio às avessas, distraído.
domingo, 13 de março de 2016
Viajar
Gosto
de me sentir em movimento. Paisagens a
vista e meus pensamentos se renovam. Se sozinha a reflexão vem como um grito de
liberdade. Se outras pessoas estão na
jornada, uma alegria se abraça com o contar de histórias que se esvaem com a
viagem. É quase um processo, e assim, eu adoro. Ao chegar a novos lugares me
encho de curiosidade nos modos do povo, na comida e nas coisas. Satisfaço-me
com o novo. Encho-me de nostalgias! Hora de voltar para casa: o melhor lugar do
mundo.
O Poder das Poderosas
Um
futuco aqui: uma elucubração que intriga o pensar de quem concebe. Melhor é
espalhar, pois esta companhia incomoda. A primeira pessoa que se encontra: uma
conspiração... melhor se em estado íntimo ou em segredo. A trama tece, segue
arquitetada. Espontaneamente um fuxico ali e a fofoca está na boca de todas. O
conluio, mesmo com afetação, estrondosamente instaura. É o poder das poderosas,
que vem com a indignação por si só depois pelas outras e finalmente pelo que
cultua como sociedade, cuja aceitação e revelação são entrelaçadas.
sexta-feira, 11 de março de 2016
Sentimento
*"Não me prendo a nada que me defina. Sou companhia, mas
posso ser solidão. tranqüilidade e inconstância, pedra e coração. Sou abraços,
sorrisos, ânimo, bom humor, sarcasmo, preguiça e sono. Música alta e silêncio.
Serei o que você quiser, mas só quando eu quiser. Não me limito, não sou cruel
comigo! Serei sempre apego pelo que vale a pena e desapego pelo que não quer
valer… Suponho que me entender não é uma questão de inteligência, sim de
sentir, de entrar em contato. Ou toca, ou não toca."
*Clarice Lispector
Coisas
*"Os funcionários não funcionam. Os
políticos falam mas não dizem. Os votantes votam mas não escolhem. Os meios de
informação desinformam. Os centros de ensino ensinam a ignorar. Os juizes
condenam as vítimas. Os militares estão em guerra contra seus compatriotas. Os
policiais não combatem os crimes, porque estão ocupados cometendo-os. As
bancarrotas são socializadas, os lucros são privatizados. O dinheiro é mais livre que as pessoas. As pessoas
estão a serviço das coisas."
Palavras do expressivo pensador uruguaio, *Eduardo
Galeano, em seu livro “O livro dos abraços”.
quinta-feira, 10 de março de 2016
Flor
Palavras
do escritor Paulo Coelho, cheias de verdade: “Quem tentar possuir uma flor,
verá sua beleza murchando. Mas quem apenas olhar uma flor no campo permanecerá
para sempre com ela. Você nunca será minha e por isso terei você para sempre.”
Amo
flores, de quase todas as espécies: suas cores, formas e perfumes. Gosto das
que eu planto e cuido, das que brotam das árvores ou que nascem nos campos. Às
vezes rendo-me em apanhá-las... Curto ter arranjos dentro de casa. Reparo-as
para não murcharem e dão-me cores.
Verdade
De
São Bernado de Claraval: “O verdadeiro amor nasce de um coração puro, de uma
consciência boa e de uma fé sincera, e ama o bem do próximo como se fosse seu”.
E se ama o bem do próximo como se fosse seu: há algo mais forte que as forças
do coração? A razão se combate com forças da razão? Se o amor é a finalidade, a
condescendia é o caminho. Premissa para que o cotidiano nos pulse com jeito tranqüilo.
E a vida seja cheia de graça!
Amigos Médicos
Por
passagem recente, refletir, pois:
*”Os
médicos existem para tratar, não para decidir o lugar de seu paciente se sua
vida – e sua morte! – vale ou não a pena ser vivida. Cuidado, amigos médicos,
com o paternalismo: vocês têm a se encargo a saúde de seus pacientes, não a sua
felicidade, mas não sua serenidade. Um doente terminal não tem do direito de
ser infeliz? Não tem o direito de ficar angustiado? O que é então, nessa infelicidade, nessa angústia, que
os assusta tanto assim?” por *Martins Fontes.
quarta-feira, 9 de março de 2016
Sombra
Por
Lislair Leão Marques
Tem uma fonte de luz que brilha acima a mim e que me sobrepõe. Seus raios se projetam e contornam-me pelos seus reflexos. Quando eu estou em movimento, paro a me ver a sombra que se cria. Vejo-me ou me movimento, vejo-me ou paro ou não me vejo e sigo a caminhar. Olhar para o que se cria é não abandonar o que me conduz. De certo modo olhar para minha sombra é brincar com o eterno. Das coisas que de sua luz e alinhamento eu me passo a induzir ou seduzir.
Tem uma fonte de luz que brilha acima a mim e que me sobrepõe. Seus raios se projetam e contornam-me pelos seus reflexos. Quando eu estou em movimento, paro a me ver a sombra que se cria. Vejo-me ou me movimento, vejo-me ou paro ou não me vejo e sigo a caminhar. Olhar para o que se cria é não abandonar o que me conduz. De certo modo olhar para minha sombra é brincar com o eterno. Das coisas que de sua luz e alinhamento eu me passo a induzir ou seduzir.
terça-feira, 8 de março de 2016
Pão
*”Como
feixes de trigo, ele vos aperta junto ao seu coração.
Ele vos
debulha para expor vossa nudez.
Ele vos
peneira para libertar-vos das palhas.
Ele vos mói
até a extrema brancura.
Ele vos
amassa até que vos torneis maleáveis.
Então, ele
vos leva ao fogo sagrado e vos transforma
o pão
místico do banquete divino.
Todas essas
coisas, o amor operará em vós
Para que
conheçais os segredos de vossos corações
E, com esse
conhecimento,
Vos
convertais (...).”
Parte do
poema “O Amor”, escrito por *Khalil Gibran.
sexta-feira, 4 de março de 2016
Fidelidade
* “De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
(...)
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.”
Do poema “Soneto da Fidelidade”, de *Vinicius de
Moraes.
Música
Tudo
é música na matemática e tudo é matemática na música. Com lógica, como todas as
coisas desta vida. Perceptível ou não a
nós. Simpatizo, por momentos, ouvir sons suaves, clássicos ou melodiosos. Meu raciono torna-se mais concreto. Minha
memória desperta mais consciente: menos apegada e mais concentrada. Meu
pensamento se alinha mais livre. Mexe com a minha cabeça. A música é tanto mais
elevada quanto mais e desenvolvo com amor. Sem dúvida, é a minha melhor companhia.
Com a música transcendo ao mundo e assim, me pertenço.
O Amor
“Eis
que os seres humanos, inicialmente eram de três tipos: homem, mulher e
andróginos. E eram também duplicados e unidos pelo umbigo. Zeus, temendo a presunção
de tanta auto-suficiência, para enfraquecê-los, divide-os em dois e cada uma
das partes passará a vida à procura de sua outra metade original, (...)
Para
Aristófanes, o Amor é justamente essa busca constante e incansável por sua
outra metade a fim de se restabelecer o original e primitivo “todo”.
Do
clássico livro “O Banquete” de Platão, escrito por volta de 380 a.C..
quinta-feira, 3 de março de 2016
Florence Nightingale (1820 – 1910)
Inglesa,
enfermeira conhecida como “A dama da lâmpada”, por utilizar do instrumento para
examinar os feridos durante a noite durante a Guerra da Criméia(1853-1856).
Com
38 enfermeiras treinadas por ela, partiu para os campos de batalha na Guerra da
Criméia(1854). Reduziu vertiginosamente o índice de morte por infecção dos
feridos em combate. Voltou para casa doente e impossibilitada de exercer trabalhos
físicos, foi considerada heroína. Fundou a Escola de Enfermagem no Hospital
Saint Thomas. Recebeu da Rainha Vitória, Cruz Vermelha Real(1883) e tornou-se primeira
mulher Ordem do Mérito(1907).
Maria Quitéria (1792 – 1853)
Filha
mais velha de fazendeiro de Feira de Santana-BA, perdeu sua mãe cedo. Cuidou dos
irmãos e casa desde dez anos. Analfabeta. Talentosa na arte da montaria e
manuseio de armas, primeira mulher a fazer parte das Forças Armadas
Brasileiras. Na consolidação da independência brasileira(1822), sem permissão
do pai, fugiu, alistou-se como homem com o nome de Medeiros, no Batalhão dos
Voluntários do Príncipe.
Nas
batalhas contra os portugueses, foi exemplo de bravura. Foi condecorada pelo
imperador D. Pedro I com a Ordem Imperial do Cruzeiro do Sul(1823).
Amelia Earhart (1897 – 1937)
Foi
a primeira mulher a voar sozinha o oceano Atlântico e receber a “The
Distinguished Flying Cross”, em 1932. Escritora e defensora dos direitos da
mulher. Escreveu sobre suas aventuras e promovendo as mulheres na aviação
tornou-se celebridade mundial.
Viveu
uma infância bem aventureira com uma forte educação liberal financiada pelos seus
avôs. Em 1920, procurou Anita "Neta" Snook para aprender a pilotar.
Para pagar seus estudos, Amelia trabalhou duro como caminhoneira, fotógrafa e
datilógrafa.
A
partir daí, ela não parou mais, além de diversos recordes de velocidade.
Bertha Lutz (1894 – 1976)
Zoológa,
formou-se em Paris(Universidade Sorbonne).
Em
1919, voltou ao Brasil, lutou pela igualdade de direitos jurídicos entre os
sexos. Foi a segunda mulher a ingressar no serviço público: secretária do Museu
Nacional do Rio de Janeiro. Fundou a Liga para Emancipação Intelectual da
Mulher.
Em
1936, depois de duas derrotas eleitorais, assumiu o mandato de Deputada
Federal. Lutou a favor da legislação do trabalho da mulher, propondo igualdade
salarial, redução da jornada de trabalho e licença maternidade. Em 1937, com o
golpe do Estado Novo, perdeu o mandato.
Anita Garibaldi (1821-1849)
Catarinense
corajosa, Ana Maria de Jesus Ribeiro da Silva, aos 15 anos casou-se com Manuel
Duarte Aguiar. Em 1837, o italiano Giuseppe Garibaldi invadiu Laguna na
Revolução Farroupilha(1835 e 1845). Surpresa com seus ideais liberais e
democráticos, abandonou o casamento e ao lado dele aprendeu a lutar.
Lutou
em busca da democracia na Guerra dos Farrapos, batalha de Curitibanos, contra o
ditador uruguaio Fructuoso Rivera e unificação italiana.
Em
desvantagem, fugindo de forças que eram contra a unificação contraiu febre
tifóide, grávida do quinto filho de Garibaldi, faleceu.
Desvelo
Tu
és importante pra mim. Entenda isto: o que acontece contigo é como se acontecesse
comigo, sem afetação. Meu zelo não é só para te proteger: eu quero teu bem
estar. É um querer que estejas sempre livre, pois tu és para mim um ente mais
que todos outros. Meu obvio afeto por ti se manifesta assim, é espontâneo e singelo,
aceite! Acredite! Deixa este momento fluir para eu ser feliz, para tu ser
feliz, para nós sermos felizes. E que este sentimento, Deus permita, perdure
sempre. Combinado!
quarta-feira, 2 de março de 2016
Arte de Amar
*”Se queres
sentir a felicidade de amar,
Esquece a tua alma.
A alma é que estraga o amor.
Só em Deus ela pode encontrar satisfação.
Não noutra alma.
Só em Deus - ou fora do mundo.
As almas são incomunicáveis.
Deixe o teu corpo entender-se com outro corpo,
porque os corpos se entendem, mas as almas não.”
Esquece a tua alma.
A alma é que estraga o amor.
Só em Deus ela pode encontrar satisfação.
Não noutra alma.
Só em Deus - ou fora do mundo.
As almas são incomunicáveis.
Deixe o teu corpo entender-se com outro corpo,
porque os corpos se entendem, mas as almas não.”
Arte
de Amar, poema do pernambucano *Manoel Bandeira (19/04/1886 – 13/10/1968). Ele
foi poeta crítico literário e de arte, professor de literatura e tradutor. Sua
literatura tem abordagens temáticas cotidianas e universais.
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016
Se o Amor Vier
* “Você
sabe de onde eu vim
Você sabe que horas são
Você não sabe de nada não
Você sabe que horas são
Você não sabe de nada não
Aprendi a
recompor
A me desatar o nó
Hoje estou bem
Hoje estou bem melhor
A me desatar o nó
Hoje estou bem
Hoje estou bem melhor
Você sabe
onde eu nasci
Você sabe onde eu me perco
Você não sabe da missa o terço
Você sabe onde eu me perco
Você não sabe da missa o terço
Consegui
não me afogar
Enganei até a morte
Hoje estou bem
Hoje estou bem mais forte
Enganei até a morte
Hoje estou bem
Hoje estou bem mais forte
Divido em
vida o meu tesouro
Ainda acho pouco
Seja o que Deus quiser
Ainda acho pouco
Seja o que Deus quiser
...”
Canção* “Se
o Amor Vier” de Fagner.
O Amor
* “Quando o
amor vos chamar, segui-o,
Embora seus caminhos sejam agrestes e escarpados;
E quando ele vos envolver com suas asas, cedei-lhe,
Embora a espada oculta na sua plumagem possa ferir-vos;
E quando ele vos falar, acreditai nele,
Embora sua voz possa despedaçar vossos sonhos
Como o vento devasta o jardim.
Embora seus caminhos sejam agrestes e escarpados;
E quando ele vos envolver com suas asas, cedei-lhe,
Embora a espada oculta na sua plumagem possa ferir-vos;
E quando ele vos falar, acreditai nele,
Embora sua voz possa despedaçar vossos sonhos
Como o vento devasta o jardim.
Pois, da
mesma forma que o amor vos coroa,
Assim ele vos crucifica.
E da mesma forma que contribui para vosso crescimento,
Trabalha para vossa poda
Assim ele vos crucifica.
E da mesma forma que contribui para vosso crescimento,
Trabalha para vossa poda
...”
Do poema “O Amor” do poeta de Gibran Khalil Gibran.
Do poema “O Amor” do poeta de Gibran Khalil Gibran.
domingo, 14 de fevereiro de 2016
Caminhos do coração
Levo a
vida, seguindo caminhos do meu coração conforme a letra da canção do saudoso Gonzaguinha:
“...E é tão
bonito quando a gente entende
Que a gente
é tanta gente onde quer que a gente vá.
E é tão
bonito quando a gente sente
Que nunca
está sozinho por mais que pense estar.
É tão
bonito quando a gente pisa firme
Nessas
linhas que estão nas palmas de nossas mãos.
É tão
bonito quando a gente vai à vida
Nos
caminhos onde bate, bem mais forte o coração.”
A culpa
“é o único fardo que os seres humanos
não conseguem suportar sozinhos. Apenas a metade do Eu quer expiar a culpa para
se libertar de seus tormentos. A outra metade quer continuar livre...” já dizia
Anaïs Nin no seu livro Uma Expiã na Casa do Amor. Acusar serve de companhia a
quem se sente culpado e todos sabem o que é isso. Basta um ato impensado e já
se complica: em um segundo pode acontecer algo que jamais se acreditaria ser
capaz de fazer por uma vida inteira.
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016
Desver
“Se
podes olhar, vê. Se podes ver, repara” já dizia o escritor Saramago quando retratava
a cegueira da humanidade nos tempos atuais em um de seus últimos livros. Com tantas
distrações que nos cercam parece que a sociedade perdeu de vista a capacidade
de ir além daquilo que é superficial – de analisar ou observar determinadas
situações. Tem coisas que de fato à primeira vista nos fazem a perder de vista.
Encararemos um pouco melhor certas coisas em que desver é preciso, se fecharmos
os olhos e refletir.
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016
Humor
Minha
educação familiar foi rígida e os colégios pelos quais passei não menos severos,
o que me conduziram apreciar a seriedade como um bem estar da vida. Meu tempo
embora de muita fartura e de muitas celebrações tem a natural perversidade
humana que me trazem certa inquietude e um humor às avessas. Um estado de
espírito que prefere a sinceridade à mentira e o conhecimento à ilusão.
Surpreender-me é me encontrar ao riso à seriedade da vida. A vida leve é mesmo
uma arte divertida.
terça-feira, 2 de fevereiro de 2016
Amigos
Ter amigos é nunca
se sentir abandonada. Tenho muitos. Amigos que me acolheram. Que aconselham e criticam.
Que cutuca. Aqueles que se silenciam. Adoro aqueles que ficamos a gargalhar. Tenho
amigos à distância, que não se pode combinar um café, um lanche ou um cinema,
mas sempre me é presente todo o dia nas redes sociais. Amigos que eu conclamo
para um desabafo. Dão-me equilíbrio. Há aqueles encontros que seguimos adiante
sós e depois de anos a fio nos reencontramos: parece que estamos sempre a
caminhar juntos. Adoro!
segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016
Da honestidade
Jankélévitch,
um filósofo e musicólogo francês dizia: “Ai dos que põem acima do amor a
verdade criminosa da delação! Ai dos brutos que dizem sempre a verdade! Ai dos
que nunca mentiram!”. Ora, ora! Qual a coragem que me convém? Qual presença
minha será mais forte no palco da vida: meu silencio, meias verdades com doçura
ou minha fala por completo – da verdade nua e crua? Ora, ora! A quem mais
importa senão a mim, ser honesto comigo mesmo? Se assim eu não fosse, a quem
fiel seria?
domingo, 31 de janeiro de 2016
Atávica
As
pessoas pragmáticas e ansiosas por sucesso que me perdoem, pois, eu gosto mesmo
é de ser tranquila. Não do modo atávica, do tempo que os homens iam à caça e as
mulheres ficavam a cuidar da casa. Sou prática e realista, porém antes de ser
produtiva não me apraz enquadrar a padrões onde os que se dizem espertos buscam
persuadir uma multidão para seu fim. Minha intuição – GPS que me guia – comanda:
faz o que ama com excelência e compartilha, amando o que faz, aquilo que deve.
sábado, 30 de janeiro de 2016
Lacunas
* “O que
não falei, tombou dentro de mim como um pássaro sem asas.
O que não cumpri, ressecou na soleira do sol.
O que não cantei, silenciou no lírio de cristal.
O que não dancei, evaporou na espiral da brisa.
O que não li, afastou-se no barco de papel.
O que não escrevi, desidratou o verbo no varal.
O que não ousei, diluiu-se na água estagnada.
O que não protestei, anulou-se na bandeira abandonada.
O que não amei, desfez-se sem adeus, não deixou nada.”
O que não cumpri, ressecou na soleira do sol.
O que não cantei, silenciou no lírio de cristal.
O que não dancei, evaporou na espiral da brisa.
O que não li, afastou-se no barco de papel.
O que não escrevi, desidratou o verbo no varal.
O que não ousei, diluiu-se na água estagnada.
O que não protestei, anulou-se na bandeira abandonada.
O que não amei, desfez-se sem adeus, não deixou nada.”
Poema de *Flora
Figueiredo.
sexta-feira, 29 de janeiro de 2016
Leveza
Ando
de bicicleta em estradas abertas e abandono meus cabelos ao vento. De o meu
pedalar, a velocidade e o vento conseguem mover e sustentar meus longos fios de
cabelos e desembaraçar meus pensamentos. Despojadas, minhas idéias que em mim
habitam, fluem. Daqueles meus pensamentos pesados e aborrecidos, nada ficam
além de tudo. Aqueles duros se dissolvem. Para onde vão? Aonde todos os ventos vão dar?
Aonde se acabam ou se perdem, pois! Mais
devagar agora, percebo do meu cotidiano, tudo ao vento, mais leveza nos meus
pensamentos.
domingo, 24 de janeiro de 2016
Da floração
No
período da primavera passada, no ano de 2015, as flores desabrocharam antes do
tempo e excessivamente. Veio minha curiosidade: pode uma árvore suportar tanta
fruta? Os frutos foram desenvolvendo em cachos e vieram às intempéries do
clima: chuvaradas, vento forte, pedras de gelo, ora clima seco ora úmido, calor
ou frio intenso. Veio à resposta: chegou o verão e poucos frutos restaram
daquela floração. A vida inteligente das plantas prevê, é o seu jeito de ter sobrevivência.
E nós, humanos, o que fazemos para suportar as tempestades?
quinta-feira, 21 de janeiro de 2016
Entretenimento
Nestas tardes prolongadas de verão, aqui
no sul, cheio de luminosidade e calor, nada existe de melhor que uma roda de
amigos ou de gente querida, debaixo de uma árvore, com causos e anedotas a contar.
Se tiver na roda uma gaita ou violão, ainda melhor! Enquanto isto, milhões de
pessoas estão a ver o mesmo jornal televisivo, enquadrando-os a pensar igual.
No encontro de pessoas, quem sabe sagrado, a partilha do saber permite a cada
uma captar de um jeito diferente que fortalece e enriquece a alma.
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